quinta-feira, 19 de abril de 2012

VOCÊ NÃO VAI ME CONTROLAR!

Segundo o psicólogo e terapeuta de casais e de família Carlos Catito, os primeiros anos de casamento é uma fase de intenso ajuste que por vezes provoca desestabilização momentânea, essa etapa é chamada de “volta à realidade”.

Passado o momento inicial de lua-de-mel, o casal precisa definir rotinas e acordos para convivência. Desde microacordos, como o lugar correto de deixar o sapato quando se chega em casa, até macroacordos, como o estilo de vida que querem desenvolver. Em alguns caso chegar a um denominador comum se torna difícil porque a história de aprendizagem familiar de cada um foi bem divergente.

Todos nós avaliamos a realidade e desenvolvemos códigos éticos próprios a partir das vivências com a nossa família de origem. É dentro dela que desenvolvemos a noção de certo e errado, bonito ou feio etc. Cada família tem usos e costumes únicos. Apesar disso, acreditamos que todos que têm costumes distintos dos nossos estão errado – isso inclui nosso cônjuge.

Via de regra, acreditamos que o outro precisa ter a mesma percepção da realidade que nós e nos frustramos quando isso não acontece. Não só frustramos como também tentamos impor ao outro a nossa aprendizagem, querendo transformá-lo “à nossa imagem e semelhança”. Assim entramos em embates intermináveis com o objetivo de convencer o outro de que estamos certos e ele, errado. Isso gera desgaste emocional e não produz mudança alguma.

A alternativa é se abrir a um diálogo fecundo, desarmado e humilde, com a convicção de que “eu percebo dessa forma, mas posso estar errado”. O diálogo é útil para criarmos juntos uma nova alternativa, que não é necessariamente a minha, aprendida na minha família, nem a do outro, aprendida na família dele, mas algo diferente, que será a nossa forma única e exclusiva de lidar com a realidade.

A dificuldade de sentar relaxadamente com o cônjuge para conversar pode ser a manifestação inconsciente (ou consciente) do medo de sermos controlados pelo nosso cônjuge. Em outras palavras, o medo da despersonalização ou a perda de identidade impede o diálogo entre casais.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cuidado para não ser rejeitado

A terceira afirmação do texto de 1 Pedro 2.9 é: “vós sois nação santa” (tradução do comentarista) é importante lembrar que a princípio a nação santa era Israel (Êxodo 19.6; Lv 19.2; 20.26; Dt 7.6; Is 62.12) , porém, Israel perdeu temporariamente o grande privilégio de ser o povo exclusivo de Deus por causa da incredulidade. Até que aconteça a aceitação futura do Messias por parte de Israel, Deus substituiu aquela nação pela Igreja (acerca da salvação de Israel veja Rm 11. 1,2, 25-19).


Com base nessas informações podemos afirmar que mesmo aqueles que foram chamados à participar da nação santa estão sujeitos a rejeição divina por causa do pecado e da incredulidade (Hebreus 10. 26, 27).

terça-feira, 20 de março de 2012

Sacerdócio universal

Dando continuidade ao nosso estudo, hoje meditaremos sobre a segunda afirmação do texto 1 Pedro 2.9 que diz: “vós, porém, sois sacerdócio real” (tradução livre do comentarista). Aqui Pedro nos ensina que Deus constituiu uma nação de sacerdotes reais cuja responsabilidade é sair pelo mundo testemunhando sobre o reinado de Cristo. Ser sacerdote real indica que temos livre acesso a Deus Pai, lembre-se que no Antigo Testamento só a classe sacerdotal tinha esse privilégio, agora todos os crentes podem entrar na presença de Deus (Hb 9.7; 10.19-22). Na qualidade de sacerdote, o crente, tal como Cristo e o Espírito Santo, é um intercessor em favor de outros (ver 1 Tm 2.1 e Col 4.12). Em síntese, ao nos constituir sacerdotes reais, Deus estava garantido que poderíamos entrar em sua presença, que iremos reinar sobre a terra (Ap. 5.10) e que devemos anunciar o Evangelho de Deus aos povos (Rm 15.16).

segunda-feira, 19 de março de 2012

O NOSSO PRIVILÉGIO

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.

1 Pedro 2.9

Para fins didáticos iremos dividir este versículo em cinco partes. Isso significa que durante toda esta semana estaremos analisando cada uma das afirmações desse texto.

É importante lembrar que no passado Deus escolheu o povo de Israel para que por intermédio deles os povos da terra fossem abençoados, porém Israel falhou em sua missão. Deus então substituiu aquele povo por um povo que ele mesmo formou, a saber, a Igreja. Perceba que neste texto, Deus atribui a Igreja as mesmas prerrogativas que no passado Ele conferiu a Israel (confira em: Is 43.20,21; Êx 19.6; Is 43.10,11).

“Vós, porém, sois raça eleita” – Raça indica descendência comum, surgida em Israel por via natural aqui, no entanto por um nascimento espiritual (1Pe 1.3,23). Em outras palavras, Deus escolheu um povo para si (Ef 1. 5,6).

A aposição que hoje ocupamos no Reino de Deus não é fruto do nosso esforço ou mérito; não fizemos nada para merecer a honra e o privilégio de sermos povo de Deus. A eleição divina deveria gerar em nós um coração contrito, um sentimento de gratidão que se traduzisse em dedicação ao nosso Deus.

Ore agradecendo a Deus por tudo que ELE tem feito em sua vida, pelo privilégio de ser parte integrante do povo de Deus.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Encha-se do Espírito, isso depende de você!

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.

Efésios 5.18

Eu gostaria de começar a meditação de hoje lhe fazendo duas perguntas: você se considera uma pessoa cheia do Espírito Santo? Você compreende o que Paulo quis dizer com a ordem: “enchei-vos do Espírito”?

Creio que podemos compreender o significado desta passagem analisando os dois imperativos do texto a partir de informações conhecidas, por exemplo: todos nós sabemos que as Escrituras condenam, consistentemente, toda embriaguez (veja Provérbios 23. 29-35; 31.4s; Isaías 5.11,12; 28.7,8; 1 Coríntios 5.11; 1Pedro 4.3); A Bíblia não condena o uso do vinho, porém condena o seu abuso; O uso de vinho é recomendado como remédio (Pv 31.6; 1 Tm 5.23). O Senhor Jesus transformou água em vinho para ser bebido nas bodas de Caná da Galiléia (Jo 2.1-11).Porém o uso do vinho se transforma em abuso sob as seguintes circunstâncias, sendo então proibido: (1) quando há excessos (Pv. 23.29-35); (2) Quando se torna habitual (1Co 6.12b); (3) quando ofende a consciência fraca de outro crente (Rm 14.13; 1Co 8.9); (4) Quando destrói o testemunho do cristão na comunidade e, portanto, não leva à glória de Deus (1Co 10.31); (5) quando o crente bebe com dúvidas (Rm 14.23).

O contexto sugere que Paulo aqui está falando a respeito das orgias dos ébrios, comumente associadas com as cerimônias de adoração pagãs (adoração ao deus Baco – deus do vinho). Acreditava-se que a ingestão de bebidas alcoólicas era capaz de promover alguma comunhão extática com as entidades, tais práticas são comuns ainda hoje nos cultos afro-brasileiros. Em 1 Coríntios 10.19,20, Paulo refere-se a esta prática como “cálice dos demônios”. A verdadeira comunhão com Deus não é induzida pela bebedice, mas pelo Espírito Santo. É importante lembrar que nesse texto Paulo não está falando a respeito da habitação do Espírito (Romanos 8.9) ou o batismo de Cristo com o Espírito Santo (1 Coríntios 12.13), pois todo cristão é habitado e batizado pelo Espírito Santo no momento da salvação. Em vez disso ele está dando uma ordem aos cristãos para viverem continuamente sob a influência do Espírito. Ser cheio do Espírito é deixar que a palavra de Cristo domine todos os nossos pensamentos e atitudes. Ser cheio do Espírito é o mesmo que andar no Espírito (Gálatas 5. 16-23).

Para terminar gostaria de lembrar que a expressão “enchei-vos do Espírito” no original grego indica que essa atitude deve ser uma prática diária e continua em nossas vidas. Infelizmente algumas pessoas possuem uma vida espiritual inconstante, elas se enchem no domingo e se esvaziam durante a semana. Ou seja, estar cheio do Espírito não é uma experiência que acontece uma vez por todas na vida do crente. Nós precisamos almejar andar no Espírito.

A essa altura você pode está se perguntando Como um crente pode encher-se do Espírito? (1) é preciso confessar e abandonar todo o pecado de que temos consciência na nossa vida (1Jo 1.5-9); (2) Submeter-nos completamente ao seu controle (Rm 12.1,2) – isso significa que rendemos a nossa vontade , a nossa inteligência, o nosso corpo, o nosso tempo, o nosso talento e o nosso dinheiro a ele; (3) Fazer com que a palavra de Cristo habite ricamente em nós (Cl 3.16). Isso envolve leitura, estudo e obediência; (4) Finalmente devemos nos esvaziar do egoísmo (Gl 2.20).

Que o seu desejo se transforme em atitude e que você seja um crente cheio do Espírito Santo.



quarta-feira, 14 de março de 2012

MEDITAÇÃO EM HEBREUS 10.36

“Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”.

Hebreus 10. 36

Para nossa meditação dividiremos o texto acima em três partes, a primeira parte fala da necessidade de perseverança, a segunda fala da necessidade de fazermos a vontade de Deus e a terceira e última fala das promessas.

Quando o texto fala da necessidade de perseverança ele nos conscientiza de que carecemos de determinação para permanecermos em Cristo mesmo sob perseguição. Os leitores da epístola aos Hebreus estavam correndo risco de morte por causa da fé, infelizmente alguns decidiram negar a Cristo.

Honestamente, creio que hoje, muitos que se dizem evangélicos não estão dispostos a sofrer por causa de Cristo. São pessoas que no primeiro sinal de dificuldade abandonam a fé. Elas esquecem que Jesus disse: “Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará” (Lucas 9.24)

A segunda parte do texto fala sobre a necessidade que temos de fazer a vontade de Deus. Creio que aqui cabe uma pergunta: Qual é a vontade de Deus? Em primeiro lugar a vontade de Deus é a nossa santificação e abstinência da prostituição (1Ts 4.3); em segundo lugar Deus deseja que pratiquemos o bem (1 Pe 2. 12-15) O que é praticar o bem? O texto de Pedro indica que pratica o bem quem: tem um procedimento exemplar diante dos gentios (v.12) e quem se sujeita as autoridades constituídas (v.13); em terceiro lugar não devemos amar o mundo e nem as coisas que há no mundo (1Jo 2.15). É claro que no contexto do livro de hebreus a expressão fazer a vontade de Deus indica confiar plenamente em Cristo e praticar os seus ensinos. Veja Mateus 7.21-28; Tiago 1. 22-25; João 6.29.

Por fim o texto fala que aquele que fizer a vontade de Deus alcançará a promessa. Em primeiro lugar chamo sua atenção para o fato da palavra promessa está no singular indicando uma promessa específica. A essa altura você deve está se perguntando que promessa é essa? Se voltarmos aos capítulos quatro e verso primeiro; capítulo seis e verso doze e ao capítulo nove e verso quinze da epístola aos Hebreus chegaremos à conclusão que a promessa é a salvação.

Hoje aprendemos que precisamos permanecer em Cristo apesar das adversidades (seja ela qual for) e enquanto perseveramos devemos fazer a vontade de Deus, ou seja, devemos buscar a santificação, devemos nos afastar da prostituição (ou pornografia), devemos praticar o bem, devemos nos submeter as autoridades constituídas, não devemos amar ao mundo e nem as coisas que nele há, e acima de tudo devemos confiar plenamente em Cristo e praticar a sua palavra.

sexta-feira, 9 de março de 2012

FUI ENGANADO!

O psicólogo e terapeuta de casais e família, Carlos “Catito”, afirma que todo relacionamento é dinâmico e passa por um processo de desenvolvimento. O dinamismo de um casamento pode ser comparado ao processo de crescimento de um organismo vivo, que passa por várias etapas – infância, adolescência, juventude e maturidade. A passagem de uma etapa a outra neste processo é sempre um período de desorganização e reorganização, pois se abre mão do que se domina para adentrar em um campo de que não se tem nenhum domínio – a etapa seguinte.

O relacionamento conjugal possui sete etapas, a primeira delas é chamada de romantismo. Ela se inicia quando duas pessoas se conhecem e se apaixonam. As marcas do romantismo são sonhos ou ilusões, que na prática se traduzem em promessas irrealizáveis tais como: “Eu te darei o céu, meu bem, e o meu amor também!”. Mesmo sendo irrealizáveis, os apaixonados dão crédito a elas. Acreditam que jamais terão desentendimento ou, se os tiverem, tudo será facilmente superado pela paixão. Também há uma idealização do outro e de suas virtudes, chegando-se a “inventar” certos aspectos da personalidade dele que não existem. E não há argumentação com quem está apaixonado.

Esta idealização tem, no fundo, uma motivação egoísta, pois afinal “eu” mereço o melhor e quanto mais eu destacar as virtudes da pessoa que escolhi – ainda que algumas delas não existam – mais estarei valorizando a mim mesmo neste processo de escolha.

Como a idealização é mútua, desenvolve-se entre o casal o que chamamos de uma relação simbiótica, ou seja, quanto mais um enaltece o outro, mais o outro retribui com enaltecimentos.

Nossa sociedade supervaloriza o romantismo e, por isso, muitas pessoas acreditam que no momento em que ele não estiver mais presente não valerá mais apena permanecer juntos. Entendem que “acabou o amor”, quando na realidade o que acabou foi a paixão estruturada sobre o romantismo de sonhos e ilusões. Apenas o primeiro passo foi dado no caminho da descoberta do verdadeiro amor, pois este “jamais acaba” (1Co 13.8).